Brasileiro vai brigar pelo título das UTVs no Rali Dakar 2022
Após levar o título mundial do Rali Cross-Country FIA, na última prova em Abu Dhabi em novembro, o brasileiro Gustavo Gugelmin, copiloto do norte-americano Austin Jones, briga pelo título nas UTVs no Rali Dakar 2022, na Arábia Saudita. A prova, que vai até o dia 14 de janeiro, tem brasileiros também nas categorias bugue e quadriciclo.
São 8.375 quilômetros em um percurso que dura quatorze dias. A 44ª edição do rali Dakar começa no dia 1° de janeiro na cidade de Jeddah. Nos próximos dias, os mil participantes deverão demonstrar resistência, física e emocional.
“Todo Dakar é um rali único, é o maior do mundo e o mais difícil porque vai passando os dias e você vai ficando cansado. A tua mente, o teu corpo, o teu físico já não respondem como nos primeiros dias. Então você tem que ter muito condicionamento mental, condicionamento físico, emocional“, lembra Gugelmin.
Neste ano, os organizadores fizeram um percurso que não atravessa fronteiras, mas consegue misturar diferentes tipos de terrenos, com áreas planas e outras íngremes. O cenário desértico impõe um desafio.
“Este é um rali completo, tem dunas, tem estradas e muitas partes em que não tem nada. Eles falam: ‘você está na estrada, você vira a esquerda e vai embora reto’. É difícil você não ter nenhuma referência visual e seguir somente pela bússola. Você tem que estar totalmente concentrado“, explica o copiloto.
Here it is…
👇 The official route of Dakar 2022!
🚩 Ha’il – Jeddah 🏁
📏 8 375km (4 258km of SS)➡️ #Dakar2022 pic.twitter.com/pjl3MTmV5x
— DAKAR RALLY (@dakar) November 28, 2021
Após chegar em segundo lugar na edição de 2021 ao lado do americano Austin Jones, a dupla tenta na Arábia Saudita superar a marca e levar o título na categoria UTV (Utility Task Vehicles, veículos utilitários multitarefa, na tradução do inglês).
Com dezessete minutos de diferença em relação aos campeões, o brasileiro conta que a dupla trabalhou nos mínimos detalhes operacionais para reduzir seu tempo. “No ano passado, a gente trocou muito pneu, oito, dez, doze. Se conseguirmos reduzir o tempo nas trocas de pneus, isso faz ganhar alguns minutos que podem fazer a diferença no final“, explica.
Pedras serão desafio
As etapas com pedras que provocam múltiplas trocas de pneu também são motivo de atenção para outro brasileiro que disputará na categoria UTV, Rodrigo Luppi.
Como piloto, Luppi estreia nesta edição do Dakar ao lado do copiloto brasileiro veterano Maykel Justo.
“Acho que as etapas mais difíceis serão aquelas com muita pedra, pelo risco de furo de pneu, perda de tempo para troca de pneu. O carro só tem dois estepes, você tem que tomar muito cuidado, mas no final, todo o rali é difícil. Há uma áurea em torno do Dakar, é por isso que é o maior rali do mundo“, diz Luppi.
Neste ano, a organização decidiu antecipar a etapa de maratona, o momento da prova que os pilotos não podem contar com assistência técnica externa e devem trocar sozinhos qualquer peça do carro de que precisarem.
A maratona começa já na segunda-feira, dia 3. Para o copiloto Cadu Sachs, que navega para o também brasileiro Marcelo Gastaldi, na categoria bugue, esse deve ser o momento mais tenso da prova.
“Não é necessariamente a parte mais complicada, mas é a que precisamos de mais atenção“, comenta Sachs.
Este será o segundo Dakar de Marcelo Gastaldi, na Arábia Saudita. Ao longo de 2021, a dupla investiu em provas que os preparassem para chegar a esta prova. “Nós corremos os Sertões com o Century, com o CR6, que é um carro muito similar com o que a gente corre aqui. E fora isso nós corremos o Rali do Marrocos para treinar a parte da navegação, acostumar com os novos equipamentos, o tablet e o tipo da planilha“, conta Sachs.
Com as provas realizadas ao longo do ano, o copiloto acredita que a dupla está pronta para chegar entre os vinte primeiros em sua categoria.
Brasil volta a ter competidor no quadriciclo.
Após anos sem um competidor verde-amarelo, o maranhense Marcelo Medeiros vai representar a bandeira brasileira entre os quadriciclos.
“É a primeira vez que eu vou correr em outro continente. Eu já fiz três Dakar na América do Sul – no Peru, Argentina e Bolívia. Mas aqui é tudo diferente, tem muita área de deserto, pedra, duna“, diz Medeiros.
As etapas de deserto são as com maior dificuldade de navegação. “Vou fazer de tudo para não me perder e, se conseguir fazer boas etapas, o resultado deve vir e posso chegar entre os três primeiros“, projeta.
Nesta edição, pela primeira vez o Dakar vai contar pontos para os campeonatos mundiais de rali cross-country FIA e FIM. O Rali Dakar 2022 termina em Jeddah, no dia 14 de janeiro.
Fonte: Uol